quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

REFESTANÇA O CENÁRIO DESPENCA E A FESTA CONTINUA NO ANO DE 1977

DEPOIS DA CONFUSÃO, GILBERTO GIL E RITA LEE GARATEM: A FESTANÇA CONTINUA
Paralela ás acusações não menos violentas que o show de Gil e Rita, no sábado, dia 5, no Maracanãzinho  a nova apresentação do Refestança até o final deste mês, na Quinta da Boa Vista ou no Parque da Cidade. Antes, porém, pensou-se no dia 15 de novembro, aproveitando o feriado.
Mas João Araújo, diretor da Som Livre (Também Globo) desaconselhou , “por está muito em cima do fato”. Enquanto isso a 18.ª Delegacia abre inquérito para apurar responsabilidades. E o resultado final da pericia fica sendo conhecido nessa segunda-feira dia 14.
A verdade é que a própria segurança da Suderj, responsável pelo Maracanãzinho  , havia desaconselhando a colocação do cenário do artista plástico Abel Gomes (o mesmo dos shows de Rick Wakeman, Genesis e Dione Warwick), pelo peso excessivo. E mais: Gilberto Gil garantiu à reportagem de FATOS E FOTOS/GENTE que “durante o teste de palco, na manhã de sábado, o cenário ameaçou cair por duas vezes”.
Mas à noite, independente das reclamações pelo atraso do inicio do show e pelo alto preço dos ingressos  (Cr 60,00, o mais barato), tudo parecia bem. No palco, Gilberto Gil, Rita Lee e os grupos Refa-Frutti e Tutti-Vela. No ar, a explosão de alegria do público em sua maioria jovens, que cantava e dançava ao som de Refestança. Uma descontração total. Rita pedia chicletes ao público. O som melhorou sensivelmente a partir de Ovelha Negra, e, sorridentemente, Gil afirmava que “o show está com tudo para crescer”. Mas parou ai ao som Giló, uma homenagem de Rita a Gil, o cenario começou a cair. Pânico corre-corre. Roberto de Carvalho, empresário e marido de Rita, sobe ao palco, responsabiliza a Vasglo e tenta explicar por que “o show está cendo cancelado”. O som é cortado. O público insatisfeito, começa a violência, jogando latas de cerveja e garrafas no palco.resultado: Maracanãzinho  depredado, trinta pessoas feridas. E a refestança.
Gil
“Nem percebi o que ocorria no cenário, pois estava muito ligado nas pessoas à minha frente e no que Rita cantava. Mas tudo que aconteceu no Rio poderia ter acontecido em outras cidades, pois tudo que a Vasglo prometeu não foi cumprido. O cenário foi montado em duas horas e só tivemos meia hora para afinar os instrumentos. Já durante a excursão, lutamos conta toda espécie de dificuldades. O melhor show foi em Salvador, no ginásio Antônio Balbino  que tem uma das piores acústica do Brasil. O clima do Rio estava parecido com o de Salvador. E quando comecei a cantar Ovelha Negra, senti que o pessoal estava mais a vontade. Dali pra frente poderia acontecer a grande noite do Refestança. Mas, infelizmente, aconteceu a pior.
Quando ao público jogar garrafas nos temos que entender. Público é público. Eu tentei explicar, mas não deixaram. Agora não vamos tomar atitudes precipitadas, como processar a Vasglo. Vamos conversar primeiro, até chegarmos a uma solução. Mas o que vimos nessa temporada foi muita demagogia”.
Rita:
“O sentido da Refestança se perdeu. Agora eu só quero uma coisa: fazer o Refestança de qualquer maneira, pelo menos aqui em São Paulo. Foi até bom que o cenário tivesse caído porque era horrível, era uma aranha metálica. O cenário caiu do céu, fez aparecer a série de negligencias da Vasglo.
Eu e Gil só cantamos nas outras cidades porque fizemos tudo na boa-vontade, levando muita fé. No final, quando o Refestança devia pintar com mais força as aletas da aranha metálica quase matam a gente. Por isso eu dou muita força pra reação do público quebrando tudo. O povo foi ludibriado e, naquela confusão, aproveitou pra botar tudo pra fora. Agora eu quero fazer Refestança com entrada franca.”
Murilo Néri:
Como diretor da Vasglo, Murilo, em meio a confusão e violência do Maracanãzinho , apresentou duas versões. A primeira: “O grande culpado por tudo isso é o público, que arrebentou o cabo de aço que segurava o cenário. Isso é coisa de desordeiros.” A partir dessa acusação, Roberto carvalho entra em cena e pede para ver o cabo arrebentado. Ao que Murilo resolve tirar a responsabilidade do público, transferindo-o para a empresa produtora do Refestança. “não é nada disso, gente!  O público não tem nada com isso. A Vasglo reconhece seu erro. Na verdade não houve tempo suficiente para colocarmos o cenário de uma forma mais segura. Houve relaxamento dos nossos funcionários”.
Roberto Carvalho: (empresário e marido de Rita Lee)

“Foi o maior bode da minha vida. Só espero que o público compreenda que nos também somos vitimas. A Vasglo alugou o Maracanãzinho  para um pastor e só nos liberou o estádio algumas horas antes do espetáculo. O importante é que tenho um contrato e muitas provas de que esse foi quebrado. Estas provas, estão, inclusive, registrada na imprensa, pois a Rita deu várias entrevistas  antes do show, sempre apontando negligencia da Vasglo. Que não promoveu, nem deu condições de a gente fazer o espetáculo que tínhamos em mente. A culpa não foi nossa. Não houve frescuragem quando anunciamos que não dava pra continuar. Aquele cenário poderia ter causado um acidente mais grave. Poderia ter matado um de nós. A reação do público foi natural. Aquele pessoal tinha comprado ingresso por um preço altíssimo. Tinha entrada de até duzentos cruzeiro.”

fonte: revista fatos e fotos/gente

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